quinta-feira, 13 de outubro de 2011
Modelo Vivo
domingo, 11 de setembro de 2011
De coração pesado
domingo, 4 de setembro de 2011
Bala e porcelana
"(…) Levou a mão à boca, mas tudo que pôde sentir foi o gosto do vinho que bebia. Mesmo assim, seu corpo, cada sensação, à levava de volta para aquela noite. Olhou para a neve, o fogo, as fotos sobre a lareira. Os únicos e mudos observadores de seu adultério. Mas não via as coisas dessa forma. Fora algo inevitável, que teria acontecido de qualquer maneira. Era somente a coisa certa. E nada mais. Sabia que a neve continuaria a cair sempre em silêncio, que o fogo iria se extinguir e que as fotografias não falariam nenhuma palavra. Seria confortável assim pra sempre. E, no fim, quem poderia reprimir aquele ato, levado apenas pela beleza do momento, por aquele corpo de cabelos de palha e pele de porcelana? (…)"
sábado, 13 de agosto de 2011
sábado, 9 de julho de 2011
Só não na minha frente
Não importa o que você possa querer fazer.
Só não na minha frente.
terça-feira, 28 de junho de 2011
Eu só queria poder te ver de novo, aqui bem mais perto, te contar tudo o que falta para te contar. E aí acaba.
domingo, 19 de junho de 2011
rosa
Não fora um presente de um amor inesquecível, era apenas algo com que aplacar a solidão, ela própria comprara. Recebera um desconto e um sorriso do vendador de rua, que ainda ofereceu-lhe uma outra flor. Mas não, tinha que ser uma rosa solitária como ela.
Em casa, no escuro, tentara refazer com a flor o caminho de das mãos dele sobre seu corpo, aquelas mão que tão diferentes eram da rosa suave, aquelas mãos duras, ásperas, mas ainda assim carinhosas como nenhuma outra poderia ser. Mas era só uma flor.
sábado, 4 de junho de 2011
quase, quase....
domingo, 29 de maio de 2011
espero que você entenda
sexta-feira, 27 de maio de 2011
Debaixo
quarta-feira, 11 de maio de 2011
escrevo agora enquanto ele dorme
quinta-feira, 5 de maio de 2011
Queria tomar
quarta-feira, 20 de abril de 2011
Abraço
sábado, 16 de abril de 2011
Caminho
domingo, 3 de abril de 2011
eu não ficaria bem na sua estante
sábado, 2 de abril de 2011
Fico entre
sábado, 26 de março de 2011
segura minha mão?
Fui ao teatro hoje. Peças tem um jeito estranho de entrar em você. Parece que a proximidade com o autor torna tudo mais vivo, mais real. Sente-se o calor, a mais ligeira mudança de tom, cada um dos suspiros. E doeu. Acho que o bom teatro sempre dói um pouco, não se pode entrar assim em seu íntimo sem dificuldade. Mas doeu sozinha.
Em minha mente, eu estava apertando a sua mão. As lágrimas vinham em silêncio, talvez com um ligeiro tremor de olhos, de lábios, de peito. Meu coração apertou, saltou, quis fugir (pra você). Estou tão sozinha!
A peça falava de morte, de velhice. Tenho medo do tempo. Tenho medo de nunca mais te ver. Vem me visitar um dia? Me perdoa de novo? Só você faz companhia do jeito certo, sabe falar de estrelas, sabe conversar de madrugada. Só você.
Acho que não foi bem o teatro.
Acho que não foi bem nada disso.
Acho que fui só eu.
Só.
terça-feira, 22 de março de 2011
Mais café
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
Por que eu gosto de ler
sábado, 12 de fevereiro de 2011
olhos nos olhos, quero ver o que você faz...
quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011
em um guardanapo de um café
te quebro?
Qual o seu tipo
de dor?
De que me servem
suas histórias?
Relatos não têm
sabor.
Quer a cor do seu
desejo
O sabor da sua
paixão
O odor do seu
anceio
O tato do seu
não
Sua poesia mais íntima
Aquela quase prisão
Ou talvez aquela fugida
De seu espirito pela sua mão.
terça-feira, 18 de janeiro de 2011
sábado, 15 de janeiro de 2011
Quando chegou em casa, botou a boneca na estante, do outro lado do quarto, sobre a mesa. Mas ali ficava tão longe. Decidiu que ela deveria ficar sobre a cama, confortavelmente sentada sobre o travesseiro. Dali, ela podia ver a janela e o mundo que corria lá fora. Bem na verdade, não havia muito o que correr, talvez os esquilos que saltitavam de uma árvore para outra, ou os passarinhos que voavam para proteger seus ninhos.
Voltou pronta para dormir, com seu pijama preferido, de listras azuis e brancas. Puxou a coberta e a boneca foi ao chão. Recolheu-a com cuidado e a pôs sentada novamente, dessa vez sobre o monte da coberta. Deitou-se, fechou os olhos. E agora?
Virou-se pro lado. Virou-se, virou, virou. Abriu os olhos. Para que tinha comprado a boneca? Abriu os olhos e, esticando o braço, apanhou-a. Apertou a pequenina figura entre seus braços, que, em comparação, eram de um gigante. Ela era quente. Fechou os olhos.
Mas como pode uma boneca sem nome? Todo mundo tem um nome. Abriu os olhos. Examinou sua nova companhia. Pendurada de cabeça para baixa ela poderia se chamar azaléia. Mas não ficaria o tempo de ponta a cabeça! Sentada a sua frente, ela a encarava como se a perguntar, que nome vai me dar? Como sabe que já não tenho nome?
E qual o seu nome, boneca? Qual seu nome?
Boneca.
Abraçou sua, agora, amiga (afinal, não podemos ser amigos de estranhos) e fechou os olhos de novo. Boa noite, Boneca. Boa noite, querida.