quinta-feira, 5 de maio de 2011

Queria tomar

Sinto que dói se vivo, mas onde dói? Não sei dizer. Quem sabe me doam os músculos, cansados de não fazer nada, de esperar o movimento, a explosão. Ou talvez me doam os olhos, desesperados de sempre desejarem tudo e nada possuírem se não lágrimas e escuridão. Que triste deve ser ser um olho que observar, espera, quer, mas não tem, nunca. E quem disse que eu tenho?
Talvez me doa o mundo. Mas o mundo dói em todo mundo e sei que o que me dói é só meu, dói só junto de mim. Quanta melancolia! Quanto melodrama. Talvez eu pertença em alguma drama exagerado que os críticos aclamam por não entenderem e o que me doa é a falta de minha máscara. Ou então me dói o peso de levar sempre essa minha fantasia (e me fantasio de que, diretor? quem inventou essa personagem?).
Acho que só dói quando dói, e quando não, tudo dói um pouco menos.

Acho que me dói o espírito

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