domingo, 11 de setembro de 2011

De coração pesado

Não é pelos resultados, que não serão, afinal, tão desastrosos. Não é pela bronca, que nem chegou a vir. Não é pelo não fazer. É pelo simples erro.
Só mais uma desantenção. Mais uma? Até quando? Até quando vou ser desatenta assim, me perder assim só porque "já foi marcado há muito". Acho que tenho falta de atenção com a vida. Mas nem queria.
Queria ser jovem para sempre, mas queria ter responsabilidades. E eu posso? Posso assumir uma casa, uma família, se nem lembro uma data já marcada? Quem me disse que sou madura, que sou responsável?
Acho que essa pessoa estava errada.
Acho que tudo está errado.

Acho que a errada sou eu.

domingo, 4 de setembro de 2011

Bala e porcelana

"(…) Levou a mão à boca, mas tudo que pôde sentir foi o gosto do vinho que bebia. Mesmo assim, seu corpo, cada sensação, à levava de volta para aquela noite. Olhou para a neve, o fogo, as fotos sobre a lareira. Os únicos e mudos observadores de seu adultério. Mas não via as coisas dessa forma. Fora algo inevitável, que teria acontecido de qualquer maneira. Era somente a coisa certa. E nada mais. Sabia que a neve continuaria a cair sempre em silêncio, que o fogo iria se extinguir e que as fotografias não falariam nenhuma palavra. Seria confortável assim pra sempre. E, no fim, quem poderia reprimir aquele ato, levado apenas pela beleza do momento, por aquele corpo de cabelos de palha e pele de porcelana? (…)"