terça-feira, 3 de novembro de 2009

Declaração Final

Ao final de cada reunião da Organização de Cooperação de Xangai, é escrita uma declaração final e sinto necessidade de escrevê-la para todo o ONU Jr. Não como um resumo das reuniões, mas de tudo que aconteceu e das impressões que ficaram em mim. Afinal aconteceu muito e há, conseqüentemente, muito a ser dito.

Assim que os comitês foram liberados, começou a expectativa para a sétima edição do ONU Jr. Encontrar a melhor entre idéias tão interessante, principalmente para quem só havia feito sistema ONU até então, foi, no mínimo, complicado. Correr atrás de uma delegação, toda a tensão na espera da inscrição, a confirmação e, então, começar a estudar. E o desafio era maravilhoso. Transportar-se para Ecaterimburgo representando um líder asiático que com uma ideologia, história, cultura e muito mais completamente diferente de tudo com o que estamos acostumados. Além das ditaduras, golpes, corrupções e assassinatos. Exercitar o poder de delegar mesmo com o que não acredito.

Assim veio o Guia de Estudos, só para aumentar ainda mais a excitação. O material preparado deu a visão geral e seguir adiante foi tranqüilo e divertidíssimo. As informações dadas, as perguntas estranhas respondidas, os conselhos e os direcionamentos. E então tudo começa. O pequeno número de delegados assustou no começo, mas crescer ali dentro dói sensacional. Já acreditava que as discussões teriam fim quando vieram os atentados terroristas. Um repórter anglo-paulista seqüestrado no Paquistão, explosões na rede de gasodutos e oleodutos na China e no Cazaquistão, a necessidade de dar um parecer e resolver a situação tornaram a experiência ainda mais genial. E, ao falar das discussões não há como não citar a imprensa, que foi maior e teve uma participação mais decisiva. As falhas foram todas perdoáveis e rápidamente corrigidas e a expectativa para cada jornal só aumentava a cada dia.

Mas não só de momentos solenes se fez o ONU Jr. As conversas nas horas de coffe break e almoço, em meio a voracidade de adolescentes famintos, as discussões intermináveis sobre política internacional – e otras cositas mas - na van, as pequenas conversas nos corredores e, por último, mas não menos importante, as festas. Ver o querido secretário geral de líder mafioso foi algo para guardar na memória. Delegados e diretores se perdendo na pista de dança – isso para não falar do secretariado – é parte importante do processo.

De maneira sucinta agora: foi completa e absurdamente foda.

Por tudo o que aconteceu, o ONU Jr me viciou de uma maneira que não esperava no mundo dos modelos.

Não posso terminar essa declaração sem parabenizar – e agradecer – todos que tornaram o ONU Jr algo tão especial. Finalmente entendi, ao menos em parte, o por quê de discursos tão longos na cerimônia de encerramento. Primeiro, meus dire-fofos, que responderam meus e-mail de madrugada, aturaram nossas resoluções rosas, ouviram gritos, brigas, desentendimentos e muitas piadinhas, a maioria sem lá muita graça, admitamos. Desculpem por termos deixado o pobre jornalista morrer. Mas não para por aí. Os meninos do acadêmico, que ajudaram a criar nossas crises e movimentaram o comitê. Acho que o Igor correu o La Salle inteiro atrás de um analgésico pra mim que salvou meu dia. O pessoal do administrativo, que organizou o evento, pensou em toda a aprte logística, lidou com situações complicadas, conseguiu enfiar todo mundo nas vans, e conseguiu fazer desse ONU Jr mais um sucesso. Os staffs também não podem faltar, afinal, eles conseguem água, escrevem no quadro, contam votos das eleições informais e também correm bastante por aí.

Um último agradecimento e também um parabéns, esse especial, para o secretário geral, que eu vi pequeno (sim, momento tia velha), conheço desde que nasci e agora eu vejo como uma pessoa incrível que genial e que, gostaria que soubesse, é inspiração para várias pessoas. JP, você é o cara.

É, galera, você mandam.

Beijos e abraços para acabar com a DPS,

Laura Nery

2 comentários:

  1. A imprensa esse ano revolucionou. No último dia apareceram delegados frustados que não estavam sendo ouvidos em seus comitês pedindo para que os jornalistas escrevessem seus problemas. Algumas vezes, agente entrava nos comitês para assisti-los com os jornais nas mãos, e quase todos os delegados pediam para que agente entregasse os papeis... Meu amigo da Autrália no CE falou que esse ano a imprensa, pela primeira vez na vida, fez ele correr atrás do jornal. O jornal pela primeira vez atingiu o seu objetivo de existência, ele era lido... Ele parecia um jornal de verdade... As pessoas eram informadas através dele. Polêmicas eram criadas. Erros de comunicação fizeram os delegados protestarem. Até as fotos tiradas pareciam a de um jornal de verdade: quando a notícia falava bem de alguem, a pessoa saia bonitinha... Quando falava mal, agente esperava ela bocejar ou fazer careta para tirar a foto.

    Me senti na pele de um jornalista. E tudo isso aconteceu somente graças as diretoras e ao espírito em equipe. Se não fosse por elas e 6 pessoas em cada jornal, nada disso teria acontecido. Realmente Laura, voce tem razão... A organização do ONU Jr. esse ano está de parabéns.

    Um beijo, Christiano - jornalista do The New York Times

    ResponderExcluir
  2. Laurinha, ver vc e a Gaia mandando muito bem no ONU Jr foi uma das melhores coisas do modelo inteiro. Pode ter certeza. Agradeço mesmo pelas palavras e por ter prestigiado o nosso querido modelo. E, mais uma vez, parabéns!

    ResponderExcluir