domingo, 16 de setembro de 2012

Pedra e cimento

É engraçada essa vida urbana. Fico aqui, do alto de uma torre de icmento e pedra olhando tudo que passa apressado na vida lá embaixo. Acabou a magia. O folclore, os desejos, o imaginário. E nem culpo a tecnologia, a tv, os computadores e celulares. Não culpo nada, na verdade, embora ache triste. Porque essa gente que se entrega ao que não conhece me impressiona. Essas pessoas que desistem de tudo para ir procurar por fadas, que esquecem o trabalho de todo o dia para se pintar e dançar para um santo que não tem nem rosto. Algumas pessoas que são tão bonitas pelo que acreditam. Enquanto nós, nessa bela vida moderna, ficamos presos em cultos que falam de pedir a um deus que nos dê bens materiais. Nada contra bens materiais nem nada contra deus, é só que isso tudo é sem magia. É uma fé por desespero, não por beleza. Acho que é quase como se as pessoas acreditassem só para ter ainda alguma coisa a que se apegar, quando todo o resto já não cabe entre os muros de concreto.

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